O etanol é o causador de problemas em veículos com injeção direta?

O etanol é o causador de problemas em veículos com injeção direta?

Um tema bem comentado pelos mecânicos e rodas de conversas do setor automotivo é em torno da utilização de etanol nos veículos com injeção direta. Já se ouviu muito pela internet que o etanol é um causador de problemas nos sistemas de injeção direta de combustível, mas, afinal, realmente o problema é o etanol?

André Vaz dos Santos é Coordenador de engenharia de desenvolvimento de produto e comenta que, a válvula solenoide precisa ser mais robusta nos injetores de combustível de alta pressão, pois a sua construção é semelhante aos injetores de baixa pressão. Outra diferença entre os injetores esta na esfera que sofre um tratamento para ter maior dureza e resistir ao etanol no Brasil.

O coordenador informa que tem um veículo sob estudos de durabilidade com o etanol com mais de 240.000 km acumulados, a fim de melhorar qualquer componente que seja necessário para garantir o que o motor funcione corretamente e sem desgastar ou avariar alguma peça ou sistema do veículo, como bomba de alta pressão, bicos injetores e afins.

Consultor técnico da Revista O Mecânico e professor de engenharia na faculdade FMU, Fernando Landulfo, abordou o tema com um questionamento ao público: será que ele é o único problema?

Nessa temática, Landulfo explica que o funcionamento a pulverização no momento da injeção de combustível e a mistura estratificada, proporcionam alto rendimento, economia de combustível e baixas emissões de poluentes. Porém, alguns fatores estão sendo estudados para entender sobre o questionamento no que diz respeito a durabilidade desses motores.

Um dos problemas relatados pelos mecânicos é a corrosão, provocada pelo uso tanto de etanol, quanto o aditivo de gasolina. O etanol como aditivo na gasolina aumenta a suavidade, mas o mesmo aumenta o poder corrosivo da gasolina. Além de que também são relatados casos de depósitos que causam a redução da vazão nos injetores de formação de leque, assim como a perda de estanquiedade dos injetores e a formação de depósitos também nas válvulas de admissão.

Os estudos realizados por Fernando, ainda não tem respostas referentes as causas e nem uma solução definitiva para a formação de depósitos a baixas temperaturas ou uma pirólise à altas temperaturas, formando vernizes ou carvão.

Landulfo informa que um estudo desses requer mais um pouco de tempo, pois não existe algo assim aqui no Brasil e também não há em outros países. 

 

Esse conteúdo é uma curadoria da RX, para saber mais acesse: O Mecânico