Mitos e verdades sobre ar-condicionado automotivo

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Os serviços de manutenção e utilização do sistema de ar-condicionado dos automóveis são cercados de mitos.

Vamos comentar alguns destes mitos.

O cliente procura a oficina para dar uma “carguinha de gás” ou para “ver o gás”.

É importante saber que o “Gás” (fluido refrigerante) não gasta, por isso não precisa ser “recarregado” ou ”completado”. Mesmo que o sistema fique sem funcionar durante meses, se houver falta de fluido refrigerante, deve haver um vazamento, mesmo que muito pequeno.

Atualmente a maioria dos veículos nacionais trabalha com cerca de 400 a 750g de Fluido refrigerante R134a.

A maneira correta de saber a quantidade de fluido que está no sistema é recolher este fluido com uma máquina recolhedora para pesá-lo (ou ver sua quantidade num cilindro graduado).

Se houver mais fluido do que o recomendado, a eficiência do ar-condicionado será afetada, pois a pressão e temperatura deste fluido na linha de alta (condensador) serão maiores que o recomendado. Isto geralmente abrevia a durabilidade do compressor e afeta a eficiência do sistema, principalmente com o veículo em baixas velocidades e dias muito quentes.

A falta de fluido também reduz a eficiência e abre a possibilidade de montar um orçamento para detecção e eliminação dos vazamentos.

Devemos considerar também que o sistema não trabalha apenas com fluido refrigerante (gás), mas também com uma pequena quantidade de fluido lubrificante (óleo PAG) para lubrificar o compressor.

Este óleo se mistura parcialmente com o “gás”. Se houver vazamento, vaza o gás e vaza parte do óleo.

Um dos vazamentos mais comuns que acontece no ar-condicionado automotivo é no compressor (lip Seal do virabrequim), neste caso se aproveita para trocar também o rolamento da polia do compressor, agregando serviços ao orçamento. Se o “gás” for recolhido (numa máquina recicladora), uma pequena parte do óleo sairá também.

Se trocarmos algum componente (mangueira, filtro secador/ acumulador, condensador, evaporador, compressor, válvula de expansão, etc), um pouco deste óleo sairá junto com o componente trocado e, em todos esses casos, o óleo também deve ser reposto.

No caso de uma revisão anual do carro, com o recolhimento do fluido refrigerante do sistema de ar-condicionado com um equipamento de reciclagem (recicladora), o benefício para o sistema (e o cliente) é a verificação da quantidade de fluido refrigerante e a adição de uma pequena quantidade de óleo novo para o sistema, além de ser uma operação lucrativa para o reparador.

É fundamental utilizar um fluido refrigerante de boa qualidade, pois são encontrados no mercado fluidos envazados como R134a, mas são produtos de baixa qualidade, que causam ataque químico, baixa condensação e alguns chegam a ser inflamáveis (o único atrativo é o preço, mas não compensa pelos prejuízos que pode causar).

Para recolocar fluido refrigerante no sistema, é necessário um procedimento e ferramentas adequadas, como segue:

Considerando que o sistema não tem vazamentos, após o teste de vazamentos, com o sistema já vazio, deve se fazer vácuo pelas duas linhas simultaneamente, com um manifold e uma bomba de vácuo (nunca com motor de geladeira! Com o motor de geladeira, não atingimos a depressão necessária para fazer a água ferver à temperatura ambiente).

A bomba de vácuo é uma bomba especial de palhetas. O vácuo é feito para passar a água presente no sistema que foi aberto, para o estado de vapor, ou seja, secar o sistema).

Este é um conteúdo de curadoria RX sobre  o mercado de autopeças. Para continuar lendo, acesse o site da Reparação Automotiva.